Escritor belga, Luc Vankrunkelsven viveu, entre 2003 a 2008, parte do tempo no Brasil e parte na Europa. Durante estes anos ele publicou 12 livros e diversos artigos sobre a estrutura produtiva e de consumo, revelando o setor agrícola como um dos maiores responsáveis pela insustentabilidade ambiental.

Luc Vankrunkelsven exibe seu mais novo livro “Soja: tesouro ou tesoura”

Em visita recente ao Brasil, Luc Vankrunkelsven esteve com a equipe do Cerratinga e defendeu a agricultura familiar como uma prática importante para a geração de renda, segurança alimentar e proteção do meio ambiente.

“No passado o Cerrado era símbolo de pobreza e muito rapidamente sua paisagem nativa foi substituída pela plantação de soja ou pastagem para criação de gado. Além de muitas famílias que dependendiam do extrativismo não terem mais sua fonte de sustento, a sociedade também ficou à margem de uma cultura alimentar cada vez menos diversificada”, afirmou o escritor.

Dados em seu mais novo livro “Soja: tesouro ou tesoura” apontam que a soja produzida no Brasil está presente nos dois principais símbolos da globalização: carro (no combustível) e carne (ração dos animais), além de que 80% do grão vai para a Bélgica e Alemanha. Dedicado ao Ano Internacional da Agricultura Familiar, a publicação faz um retrato crítico da sociedade, tomado a partir da perspectiva da agricultura e produção de alimentos. Oferece também uma reflexão sobre as circunstâncias e as conseqüências da produção de grãos para o meio ambiente, o ser humano e os animais.

Como contraponto do sistema capitalista Vankrunkelsven defende o movimento internacional em prol de um mundo mais ecológico e mais justo, cujo mote é pensar globalmente, alimentar-se localmente. Segundo ele “esta campanha é parte da solução para os problemas atuais e o grande desafio é gerar informação para alfabetizar os cidadãos sobre a riqueza e beneficios de seus produtos nativos”.

O Cerratinga segue essa proposta e atua como fonte de informações para os consumidores conhecerem melhor as iguarias dos biomas Cerrado e Caatinga, colaborando com a conservação dos biomas, a proteção de seus povos e a valorização dos meios de vida sustentáveis e da cultura local de diversas comunidades agroextrativistas.

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